fonte: CFM
Distribuição – Juntas, quatro especialidades representam 38,4% de todos os títulos de especialistas no País. Clínica Médica tem 42.728 titulados, ou 11,2% do total. Pediatria, 39.234 titulados (10,3%). Cirurgia Geral reúne 34.065 especialistas (8,9%). E Ginecologia e Obstetrícia tem 8% dos titulados, ou 30.415.
Na sequência das especialidades com mais número de títulos estão Anestesiologia (com 6%), Medicina do Trabalho (4,2%), Ortopedia e Traumatologia (4,1%), Cardiologia (4,1%), Oftalmologia (3,6%) e Radiologia e Diagnóstico por Imagem (3,2%). Essas seis especialidades, somadas às quatro básicas, representam 63,6% de todos os títulos. As primeiras 20 especialidades reúnem 80,4% dos profissionais titulados.
Os outros 19,6% estão distribuídos pelas demais 34 especialidades. Oito delas têm menos de mil titulados cada. Genética Médica é a especialidade com menor número de titulados: são 305, ou 0,1% do total. As 59 “áreas de atuação” reconhecidas no País, que são derivadas, relacionadas ou ligadas às especialidades, não fizeram parte do presente estudo.
Faixa etária – A média de idade dos médicos dentro das diferentes especialidades ilustra possível encolhimento ou expansão de determinadas áreas. Esse fato pode ter relação supostamente com aumento ou redução da procura da especialidade por recém-formados, ou com uma maior ou menor oferta de vagas na residência médica. Entre as cinco áreas com menor média de idade – de 42,6 a 44,2 anos – duas tratam do câncer: Cirurgia Oncológica e Oncologia Clínica, recentemente formalizadas como especialidades distintas. As outras três são especialidades básicas, Clínica Médica, Medicina de Família e Comunidade e Cirurgia Geral.
A média de idade dos médicos no Brasil, titulados e não titulados, é de 45,4 anos. Entre os especialistas, a média equivale a 47,1. O grupo com menor média de idade é o da Clínica Médica, com 42,6 anos. As áreas com média mais alta são Homeopatia (59,8 anos), Medicina Legal e Perícia Médica (59,0), Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (58,8), e Medicina do Trabalho, com média de 57,6 anos. Com exceção da Medicina do Trabalho (que tem 4,2% dos médicos titulados), as outras três especialidades com média de idade mais alta têm menos de 1% dos titulados.
Em 40 das 54 especialidades, a média de idade dos titulados fica abaixo de 50,2 anos. As outras 14 têm média entre 51 e 60 anos. Infectologia, Pediatria, Psiquiatria, Cardiologia, Ginecologia e Obstetrícia têm média de idade entre 45 e 49 anos.
Gênero – O trabalho mostra ainda o número de especialistas homens e mulheres em cada especialidade, as respectivas porcentagens, e a razão entre médicos e médicas. Para tanto, identifica em ordem decrescente, da especialidade “mais feminina” para a “mais masculina”. No extremo encontra-se a Urologia, na qual os homens são 97,8% e as mulheres, 2,2%. Há 44,62 urologistas homens para cada mulher urologista.
Na outra ponta está a Dermatologia, onde as mulheres são 77,1% e os homens, 22,9%. Há três mulheres para cada homem nessa especialidade. No conjunto de especialistas contabilizados neste estudo, 57,5% são homens, e 42,5%, mulheres. Das 54 especialidades, os homens são maioria em 36 e as mulheres, em 18. Ou seja, 66,7% das áreas têm maioria de homens.
A distribuição de profissionais titulados por gênero e por especialidade é um indicador importante de tendências dentro da demografia médica. Há aumento da presença feminina em quatro das seis áreas básicas da Medicina. Em Pediatria, elas são três quartos dos profissionais. Em Medicina de Família e Comunidade, são 57,1%. Em Ginecologia e Obstetrícia já somam 56,6%, e em Clínica Médica, 52,6%.
Os homens, que são maior número em 36 das 54 especialidades, representam mais de 70% em 16 delas. Em 11 especialidades, são mais de 80%. Em todas as 13 áreas cirúrgicas, ou que envolvem cirurgias, os homens são maioria. Mesmo em Cirurgia Geral, que é uma das especialidades básicas, as mulheres ocupam apenas um quinto do total.
Com respeito à distribuição de médicos (especialistas e generalistas) entre os estados, percebe-se que quase todo o Sul e o Sudeste – além da Bahia – estão em faixa acima de 19.843 médicos. Num segmento intermediário, aparecem Goiás e Santa Catarina, que oscilam entre 11.449 e 19.843 especialistas. As outras unidades estão abaixo desse limite. A distribuição dos médicos especialistas no território é ainda mais desigual que a dos médicos em geral.